Descobrindo a Itália

As vinhas do Vesúvio, na Campânia

Os vinhos da Campânia

Conheça alguns dos vinhos da Campânia, região cuja capital é Nápoles.

As condições favoráveis do clima, a fertilidade do solo, uma tradição enológica que afunda suas raízes na época da colonização grega. São esses os elementos principais que fazem da Campânia uma das regiões com melhor produção vinícola da Itália.

Assim, das colinas de Benevento e Avellino aos vinhedos íngremes da Costa Amalfitana, ou das ilhas de Capri e Ischia às encostas do Vesúvio, os vinhos da Campânia são tão variados quanto a paisagem.

Vinhos da Campânia Tintos

Muito antes da ascensão do Império Romano, a Campânia já cultivava uma boa variedade de uvas.

Primeiramente, foram os marinheiros gregos que fugiam das Guerras de Tróia a levar as vinhas para o sul da Itália. As primeiras variedades vermelhas incluíam Piedirosso e Aglianco – uma uva cujo próprio nome significa “Helênico” no dialeto local.

Posteriormente, a nobreza romana passou a considerar os vinhos da Campânia os melhores do Império.

Embora a Campânia tenha experimentado invasões, explosões vulcânicas, terremotos e pragas, suas tradições vinícolas continuam a surpreender e encantar.

Enfim, veja alguns dos vinhos tintos mais notáveis da Campânia.

vinhos da campânia

Aglianico

A variedade de uvas vermelhas denominada Aglianico é uma das mais difundidas no sul da Itália e atinge a perfeição no clima e no terreno da Campânia.

A casta Aglianico é cultivada em toda a região e com ela se produz vinhos ricos e encorpados. Elas também são a base para os excelentes vinhos Taurasi DOCG produzidos na província de Avellino, os vinhos Falerno del Massico DOC produzidos na província de Caserta e os vinhos Aglianico del Taburno DOC da província de Benevento.

Taurasi

Vinho tinto mais famoso da Campânia, o Taurasi é um blend Aglianico da Província de Avellino.

Se você gosta de Barberas e Brunellos, mas quer provar um vinho tinto do sul encorpado, o Taurasi é o vinho para você.

Vinho tânico e envelhecido em carvalho, o Taurasi cai muito bem com uma bisteca mal passada.

Piedirosso

Também chamadas de Per’e Palummo no dialeto napolitano, essas uvas de uma cor roxo profundo têm um nome incomum, que significa “pés vermelhos”, uma vez que parte inferior da videira lembra os pés vermelhos de um pombo.

Embora essa ideia possa não parecer tão apetitosa, os vinhos feitos com esta uva são uma especialidade da Campânia e são produzidos em toda a região.

Por exemplo, usa-se a piedirosso nos blends Lacryma Christi del Vesuvio e nos vinhos Lettere e Gragnano DOC produzidos na Península de Sorrento. Além desses, usa-se também uvas Piedirosso para fazer os vinhos Costa d’Amalfi DOC.

Enfim, os varietais Piedirosso são encorpados com uma mineralidade sutil devido aos seus solos vulcânicos.

Falerno Rosso (Falerno del Massico)

O vinho Falerno Rosso é um blend feito com as uvas Aglianico e Piedirosso e tem uma história bem interessante.

De fato, segundo a mitologia, Baco transformou as encostas do Monte Massico em vinhedos depois que um fazendeiro local, Falernus, foi gentil com ele.

Deste modo, a partir desse dia, poetas, soldados e nobres romanos elegeram o Falernum como o melhor vinho de seu tempo.

Naquela época, o vinho era muito mais alcoólico do que hoje, tanto que na obra Historia Naturalis, Plínio, o Velho, afirmou que se um Falerno de boa qualidade ficasse perto demais de uma chama, ele pegaria fogo.

Enfim, o Falerno é um vinho suave com final vegetal, perfeito para um almoço com comidas bem simples à base de verduras e carnes.

Vinhos da Campânia Brancos

Beber os brancos da Campania nos dá a oportunidade real de conhecer o seu terroir, visto que as uvas costumam ser uma expressão do local onde crescem.

Por exemplo uma falanghina da Costa Amalfitana será muito diferente da versão mais refinada que vem das colinas da província de Benevento, a apenas 100km de distância. Cada uva conta uma história diferente.

Falanghina

Provavelmente o vinho branco regional mais famoso da Campânia, o Falanghina chegou às margens da Baía de Nápoles há cerca de 2800 anos com colonos de Tessália, na Grécia Antiga.

Cultiva-se duas variedades de uvas Falanghina em toda a região da Campânia e ambas dão origem a excelentes vinhos brancos.

O Falanghina Campi Flegrei (uma zona vulcânica) é bastante mineral,  devido ao solo de tufo amarelo do lugar. Por sua vez, o Falanghina Beneventano é mais robusto e frutado.

Você o encontrará em sua forma pura, como o fino Taburno Falanghina DOC, e também misturado, como no caso do excelente Falerno del Massico e os vinhos produzidos na Costa Amalfitana, Sorrento e na ilha de Capri.

vinhos de nápoles

Greco di Tufo

O Greco di Tufo tem esse nome por causa do tufo vulcânico que domina a terra na qual se desenvolve. As melhores uvas Greco di Tufo crescem em Avellino, onde há quase três mil anos os antigos gregos da Tessália plantaram as primeiras vinhas.

Mineral, cítrico e memorável, o Greco di Tufo é, em síntese, sublime num dia quente de verão na Costa Amalfitana. Além disso, é um aperitivo refrescante para beber enquanto prepara o jantar.

Por fim, o Greco di Tufo acompanha bem peixes e outras receitas locais à base de frutos do mar.

Bioncolella

A jóia vinícola da ilha de Ischia, a Biancolella é uma antiga uva proveniente das províncias de Eubeia na Grécia.

O tufo verde nas encostas do vulcão adormecido Epomeo em Ischia é onde Biancolella nasceu e continua a brilhar na Itália.

Enfim, ele é um vinho cítrico e limpo que seduz pela sua vitalidade jocosa, acompanha na perfeição o marisco local.

Lacryma Christi del Vesuvio

As vinhas do Vesúvio.
As vinhas do Vesúvio.

Usa-se as histórias bíblicas do céu, do inferno e da queda de Lúcifer para explicar a origem do nome Lacryma Christi del Vesuvio, que significa as Lágrimas de Cristo no Vesúvio. É um vinho cheio de lendas!

De fato, a lenda mais difundida é aquela que diz que Lúcifer, em sua descida ao inferno, levou consigo um pedaço do paraíso.

Por sua vez, Jesus, reconhecendo o paraíso roubado no Golfo de Nápoles, derramou ali muitas lágrimas e delas nasceram os vinhedos Lacryma Christi.

Deixando as lendas de lado, este nome é usado para descrever os vinhos tintos, brancos e rosês feitos com uvas cultivadas nas encostas do vulcão Vesúvio, nos arredores de Nápoles.

O Lacryma Christi tinto é uma mistura das uvas Piedirosso, Sciascinoso e Aglianico, enquanto os brancos são feitos com as uvas Verdeca, Coda di Volpe e Falanghina.

 

Deguste os vinhos da Campânia

Enfim, um dos prazeres de viajar por esta região do sul da Itália é a chance de descobrir as variedades únicas de vinho produzidas nesta área.

Apesar de haver muitos outros vinhos da Campânia para experimentar, espero que esta lista o inspire a desfrutar de vinhos produzidos localmente, sobretudo porque combinam muito bem com os pratos típicos da Campânia.

 

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